O que podemos fazer para que todos os cultos fiquem cheios de adoradores felizes e comprometidos com o Evangelho? Será que estamos falhando em algum ponto, o qual poderíamos melhorar?
Eu quero hoje abordar em especial o culto de domingo, por ser considerado como um culto "evangelístico", ou seja, voltado à pregação para não-crentes.
Normalmente, a "liturgia" que observo na maioria das nossas igrejas aos domingos é a seguinte:
1. Serviço de cânticos monótono e feito só para "cumprir tabela" (uns 10 minutos)
2. O culto inicia com a entrada do pregador e o anúncio do primeiro hino (uns 5 minutos)
3. É feita uma oração inicial (uns 2 minutos)
4. Se houver alguém para cantar, então há uma música especial (uns 3 minutos)
Veja que já se foram uns 20 minutos (no máximo!)... e ainda restam mais de 40 minutos para completar o tempo normal do culto.
Esse é um tempo muito longo para um sermão evangelístico, se a pessoa não tiver domínio da arte da pregação ou não estiver preparada para apresentar o sermão (alguns, visivelmente, não se prepararam... e outros ainda dizem isso no púlpito...rsrs).
Resultado: os irmãos vão perdendo o interesse em vir ao culto de domingo (e quando vêm, raramente trazem visitantes) porque o culto não lhes preenche as necessidades. Motivos:
- Músicas sem alegria
- Sermão enfadonho e mal elaborado, que não atende às necessidades das pessoas
- Quase nenhuma participação dos adoradores durante o culto
Isso é uma grande pena, porque eu creio que a Igreja Adventista do 7º Dia é uma das melhores em qualidade musical, tem um acervo de conhecimento bíblico inigualávelpor qualquer outra denominação, apresenta uma mensagem evangélica sem gritarias ou apelos dramáticos e insistentes (como os verificados em outros lugares)... etc.
Então, o problema está exatamente em que não estamos usando este maravilhoso arsenal "litúrgico" em nossos cultos. Eu gostaria de apresentar algumas sugestões para que o culto em sua Igreja se torne uma bênção para os que comparecerem.
Recepção
- Todo mundo gosta de ser bem recebido, e o mesmo vale para a igreja.
- À porta, deve estar um grupo de 3 ou 4 recepcionistas que abracem esta tarefa como um ministério.
- Pessoas sorridentes, amáveis e simpáticas, e que transmitam um sentimento de que o adorador está chegando a um lugar onde ele será sempre bem tratado e valorizado.
- Os bebedouros e banheiros devem estar visíveis e limpos, para que as pessoas vejam o quanto temos respeito pela Casa de nosso Deus.
- Bíblias, coletâneas ou hinários devem estar disponíveis para os visitantes poderem participar ativamente dos momentos do culto.
Música
- Uns 30 minutos antes do culto começar, o grupo do louvor (algumas igrejas chama de "ministério de louvor/adoração") deve iniciar com cânticos e hinos que criem a atmosfera ideal para o ínício da programação.
- A sugestão é que as músicas escolhidas para este momento sigam uma espécie de "gráfico":
a. Músicas solenes e calmas (ponto baixo do gráfico)
b. Músicas alegres e vibrantes (ponto alto do gráfico)
c. Músicas que mantenham o espírito de alegria e animação (o gráfico permanece no alto)
d. Músicas que criem uma atmosfera de entrega e devoção solene (o gráfico desce)
e. Uma música que prepare o espírito para a recepção da mensagem daquela noite
- Se na sua igreja existem instrumentistas, faça uso deles, pois o Play-back é interessante, mas a música acompanhada de instrumentos ao vivo ganha um brilho sem igual.
- Lembre que existem visitas na Igreja, por isso não se deve pensar que todos já conhecem a letra das músicas. Prepare coletâneas ou transparências para que ninguém fique sem participar por não conhecer o que está sendo cantado.
- A música que produz efeito duradouro no adorador é a congregacional, ou seja, os louvores apresentados por solistas ou grupos não devem tomar mais do que uma pequena parte do momento do louvor. Os adoradores precisam cantar, sentir a música, e participarem ativamente da adoração... não apenas como "ouvintes", mas como "cantores" também.
- As pessoas que estiverem dirigindo os louvores devem ser entusiasmados e motivarem a congregação a cantar com o coração e com o entendimento.
Pregação
- A pregação que produz efeito é aquela que o Espírito de Deus inspirou o pregador a trazer.
- Por isso, temas "sociológicos", "psicológicos" ou "filosóficos" não devem ocupar o lugar da pregação poderosa da Palavra de Deus.
- Muitos pregadores são "eloquentes", ou seja, "pregam bem", mas sua pregação não tem conteúdo fundado nas Escrituras. São teologicamente vazios! Alguns se limitam a "pescar" textos bíblicos isolados, e fazem uma verdadeira "colcha de retalhos" unicamente para dar "apoio" ao tema que está sendo pregado. Já vi pregadores usarem textos bíblicos que não tinham nada a ver com o que estava sendo pregado. Isto é uma tremenda falta de respeito para com o Espírito de Deus!
- Os sermões devem atingir a necessidade da alma, o desejo anelante de cada adorador ali presente. Pregar sobre os 7 (ou 8) reis de Apocalipse 17 pode ser interessante, mas será que vai preencher o vazio de alma que todos nós temos? Tentar descobrir quem são os 144.000 pode trazer a admiração de alguns para com o pregador, mas estará este tema cumprindo o papel de salvar almas do pecado?
- Você que é pregador deve lembrar que o sermão de domingo deve ser feito especialmente para atingir os não-crentes, ou seja, a temática deve ser puramente evangelística: salvação, perdão, justificação, volta de Jesus, milagres de Cristo, etc.
- Pregue de forma simples, sem palavras "decoradas do dicionário". Apresente o sermão de tal forma que tanto o Doutor quanto aquele irmão semi-analfabeto entendam e aproveitem o seu sermão.
- Não é hora de criticar a roupa das irmãs, ou a irreverência das crianças, ou a falta de espírito missionário dos jovens, etc. Pregue sobre Jesus e Seu amor... e vidas serão transformadas!
- Todo sermão deve encerrar com um APELO concreto. Um pregador que encerra seu sermão com chavões ("que o Senhor abençoe você... amém!") e não dá oportunidade para que as pessoas expressem sua entrega a Cristo (levantar de mãos, ficar em pé, ajoelhar para orar, ir à frente, etc.) perdeu grande oportunidade de impressionar os corações com o Espírito Santo de Deus. Um sermão assim não merece mais do que uma nota 3 ou 4 (numa escala de 0 a 10).